sexta-feira, 21 de maio de 2021

* CALÊENDULA *

E hoje trago neste humilde blog, uma entrevista com mais uma artista independente mega talentosa, Calêendula!!

Paulista de 24 anos, natural de Atibaia, interior de São Paulo, compartilhou conosco sobre sua carreira, como iniciou na música, algumas dificuldades em meio à pandemia e como fez para contornar a situação, e também sobre seu EP mais do que criativo, o “Rolê pelo Bueiro”, lançado em Abril deste ano.  

G42: Sempre gostou de música? Tem artistas na família? Como começou essa paixão?

CA: Sempre! Desde criança lido e convivo com arte. Minha mãe é artista plástica, maquiadora e peruqueira, então sempre estive envolvida com arte. Essa paixão por arte começou pela dança assistindo musicais e séries musicais, depois aflorou pra música com as divas pop, música erudita, instrumental, rock e brasileira. Mais tarde, veio a paixão pelo teatro, no qual me formei.

G42: Além do instrumento voz, você toca algum outro?

CA: Toco piano e teclado.

G42: É o(a) compositor(a) das suas músicas? E quem produz?

CA: Sim! Componho as minhas músicas, e às vezes gosto de experimentar coisas com composições de amigos meus, como é o caso de "Olhar Castanho", que está no meu novo EP (é uma composição do meu amigo Mateus Caps). E eu produzo todo o meu trabalho, mas estou começando a chamar outros artistas pra compor a produção do meu som (no caso dessa mesma canção, que teve uma grande parte produzida pelo J4MES).

G42: Qual o gênero/estilo da sua música?

CA: Eu chamo de Pop com elementos psicodélicos. Gosto de trazer o lúdico com humor.

G42: Em qual ou quais artistas se inspira?

CA: Ah, vários, mas as principais referências sonoras e performáticas são: Ney Matogrosso, Cazuza, Mamonas Assassinas, Tiny Tim, Britney Spears, Letrux, Kate Bush, Rita Lee e entre outros artistas atuais e veteranos.

G42: Tem algum artista que você sonha em fazer um feat? Qual?

CA: Vários que sonho em fazer feat, mas o maior sonho seria com Ney Matogrosso ou Rita Lee.

G42: Sobre a situação de pandemia que estamos vivendo, em qual momento da carreira você estava quando a Covid veio à tona?

CA: Eu estava num momento de fazer muitos shows em baladas, casas de arte e cultura, divulgando meu trabalho com meu grupo (na época, Calêendula era um grupo), e a pandemia nos pegou de surpresa e tivemos que adaptar tudo pro virtual.

G42: Sabemos que tudo isso trouxe grandes prejuízos pro mundo da música e entretenimento, principalmente pra artistas independentes, mas você acha que em meio a toda essa situação também ocorreram coisas positivas (artisticamente falando)? No sentido de ter tido mais tempo para criações e tudo mais...

CA: Sim, houveram coisas positivas. Tivemos exatamente mais tempo pra criar, desenvolver e também momentos pra descobrir como fazer arte através de outras plataformas. E nunca trabalhei tanto ganhando dinheiro com arte como na pandemia.

G42: Você teve um lançamento de EP recentemente, em Abril, o “Rolê pelo Bueiro”. A produção é sua? Como foi o processo de composição das músicas? Levou quanto tempo para fazer o EP? Fala um pouquinho sobre o conceito artístico do EP.

CA: A produção toda do EP foi minha. A produção musical foi 90% minha, pois a música ‘’Olhar Castanho’’ teve grande parte da produção pelo J4MES, um produtor musical incrível. Todo o processo de composição, produção musical, estrutura de conceito e lançamento durou 07 meses. O processo de composição foi fluido e experimental. Depois das primeiras experimentações, as músicas foram tomando forma. Eu tinha umas 10 músicas prontas e precisei selecionar as que mais se encaixavam na proposta. Houveram conflitos estéticos em relação às músicas, pois eu queria algo bem pop farofa anos 2000 cheio de fórmulas, mas estava faltando minha essência psicodélica. Alguns amigos me ajudaram a reestruturar minha essência e confiar nela.
Depois desse re-despertar, eu mudei algumas faixas do EP e acrescentei "Leve’’, "Ritual Selvagem’’ e "Samambaia Fofoqueira’’, que são as faixas mais tropicais e psicodélicas do EP. Então percebi que eu seguiria no caminho de juntar o pop com tropical e psicodelia. Assim, o EP foi tomando forma e construindo uma narrativa.


Narrativa do EP: Começamos com "Leve’’, num belo jardim tropical, lúdico e encantado com a primeira faixa, e ao final dela começamos a adentrar no bueiro, igual como quando Alice adentra na toca do coelho. A energia do EP dá uma aterrada com "Deixa Pra Depois’’, "Tik Tok’’ e "Olhar Castanho’’, com músicas falando de dinheiro e relacionamentos amorosos. Em "Samambaia Fofoqueira’’ e "Ritual Selvagem’’, voltamos ao lúdico, só que dessa vez um lúdico mais denso, sensual e humorístico, como se partíssemos para um nível mais baixo do bueiro, dando um toque de mistério na sonoridade (Uma Deep Web do bueiro).
O ciclo não se fecha, dando um gostinho de quero mais ao final do EP.

Acompanhe o trabalho de Calêendula nas mídias!!




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Valeu galera!!!













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